Ensino à distância reforça conhecimentos digitais de alunos e professores

A situação que vivemos durante a propagação da COVID-19, o confinamento e o encerramento repentino das escolas, levou professores e alunos a revolucionarem os seus hábitos, aplicando as suas competências num cenário completamente novo e repensando a sua abordagem ao ensino e aprendizagem. Os hábitos de muitas famílias também mudaram profundamente, com um impacto inevitável na vivência emocional doa seus membros.

O que se desenha é um cenário de luz e sombra, num momento ainda de grande incerteza quanto aos próximos anos letivos e possíveis acontecimentos semelhantes a enfrentar. Se, por um lado, o Ensino à Distância foi, sem dúvida, fundamental para garantir a continuidade para alunos, contribuindo para uma melhoria significativa das competências digitais dos alunos e também dos professores, por outro, foi igualmente fonte de stress e cansaço para ambas as categorias, um sinal de como a escola deve ser, antes de tudo, um local de ensino e aprendizagem presencial, onde o digital é uma ferramenta que não pretende substituir o ensino tradicional, mas sim complementá-lo para uma abordagem mais inovadora, dinâmica e transversal. No entanto, este período de transição “digital” conduziu a melhorias em termos de competências tecnológicas e de resolução de problemas. 

Em Itália, por exemplo, de acordo com um estudo da Microsoft, 70% dos professores afirmaram que o ensino à distância trouxe uma melhoria significativa na sua relação com a tecnologia, gerando benefícios consideráveis no desempenho da sua profissão: a utilização de ferramentas digitais fez efetivamente com que os professores ficassem mais motivados (17%), mais focados (9%) e mais satisfeitos em geral com o seu trabalho (9%). Outros pontos fortes do ensino à distância foram uma melhoria geral no planeamento de ensino (10%) e uma otimização de tempo e custos (9%). No entanto, uma minoria de professores – 14% – percebeu que é difícil envolver os alunos de forma eficaz durante a aula.  

Para além disso, esta transição conduziu também ao desenvolvimento de competências digitais nos alunos, assim como a uma maior autonomia na fase de aprendizagem. Com efeito, os cursos à distância permitiram aos alunos, dos mais velhos aos mais novos, adquirirem competências digitais – desde a participação numa reunião virtual à criação e partilha de conteúdos online – muito mais rapidamente, desencadeando um processo baseado em valor que os ajudará no futuro .

Com efeito, a exposição a ferramentas interativas estimulou as competências interativas e digitais de muitos alunos que, num mundo cada vez mais digitalizado, necessitavam de uma abordagem mais inovadora e avançada. 

Com efeito, desde a mais tenra idade, as crianças são expostas à tecnologia e são cada vez mais atraídas por estas ferramentas que são hoje consideradas de utilização quotidiana de todos. 

É claro que o ensino à distância acelerou o processo de aprendizagem de competências digitais ao preparar os jovens, mas também os professores, para as necessidades futuras da era digital. 

Neste contexto, a União Europeia responde à crescente necessidade de transição digital, apoiando professores, escolas e alunos através de uma série de instrumentos financiados diretamente através do Plano de Ação para a Educação Digital (DEAP) 2021-2027, que visa uma educação digital de alta qualidade, inclusiva e acessível, apoiada por cooperação e intercâmbio reforçados ao nível da UE. 

A este respeito, a Comissão incluiu investimentos dedicados à educação, formação e desenvolvimento de competências, mas também programas de apoio à educação social, incluindo o InvestEU, o Erasmus + que apoiou, por exemplo, o nosso projeto D.R.E.A.M fornecendo materiais de ensino à distância a pais, escolas e comunidades, o Fundo Social Europeu Plus, o Horizon Europe, o Digital Europe e o Connected Europe Facility.  Também criou um blogue com recursos didáticos e uma plataforma para os Ministérios da Educação trocarem boas práticas. Além disso, introduziu a ferramenta de autoavaliação SELFIE para professores e plataformas para a aprendizagem de alunos e professores, como o eTwinning e o School Education Gateaway.

Recursos: 

Organizar a gestão da sala de aulas através de trabalho de grupo no ensino à distância

David LEBOURG , Karolina LEBOURG, Clémentine SOAS
L.E.A.R.N. Institute Laigneville, França
info@learninstitute.net

Resumo: O súbito aparecimento da COVID-19 afetou profundamente os sistemas escolares em França e no estrangeiro, interrompendo temporariamente o ensino presencial. Quase da noite para o dia, escolas e professores foram obrigados a adaptar-se e adotar novas estratégias para não perderem o contacto com os alunos. O objetivo deste estudo é proporcionar uma visão sobre os desafios enfrentados por todas as partes interessadas em França (alunos, professores, famílias) durante este período e oferecer algumas pistas sobre como os professores enfrentaram a complexidade da gestão de sala de aula num ambiente virtual. Os dados do estudo provêm de uma amostra de 64 professores de quatro escolas primárias diferentes na mesma área geográfica em França. Os dados foram recolhidos principalmente através de questionários enviados por e-mail, assim como entrevistas presenciais. Os resultados indicam que foram suscitadas três grandes preocupações: 1) manter o contacto e recriar condições favoráveis de aprendizagem num âmbito limitado de ação 2) adaptar a pedagogia a um contexto desafiador 3) dar voz e espaço aos alunos. O artigo discute a importância de implementar estratégias de comunicação concebidas para satisfazer as necessidades emocionais e educacionais dos alunos através de atividades de trabalho de grupo durante as quais o foco principal dos professores está mais nas competências sociais do que no desempenho académico.

Palavras-chave: gestão da sala de aulas, sala de aulas virtual, trabalho de grupo, ensino online, pandemia de COVID-19, interação online

  1. Introdução

Desde o eclodir da pandemia de COVID-19, o Ensino à Distância, que no contexto deste estudo deve ser entendido como um “modelo de ensino e aprendizagem em que professores e alunos estão separados geograficamente e comunicam utilizando a tecnologia” (Gunawardena & McIsaac, 2004), tornou-se uma ferramenta necessária em todo o espectro pedagógico dos professores. A rapidez com que esta mudança aconteceu levou instituições e professores a investirem tempo, esforço e recursos financeiros adicionais para poderem dar continuidade ao currículo. Para muitos profissionais da educação, esta forma de ensino criou ansiedade relativamente à forma como conduzir as salas de aulas virtuais para que os alunos continuem a adquirir as competências e conhecimentos definidos pelo currículo (Son, 2018). Se, num período de tempo bastante limitado, estas preocupações podem ter sido colocadas em segundo plano para se focarem mais nas competências sociais e no bem-estar dos alunos, naturalmente reapareceram numa fase posterior como um grande desafio (Mardiani & Azhar, 2021 ). Consequentemente, desenvolveram-se novas estratégias de gestão da sala de aulas com sucesso para satisfazer ambas as dimensões. Do espaço físico da sala de aulas onde professores e alunos podiam comunicar através de palavras e linguagem corporal com razoável dificuldade para um espaço virtual que contava com a ausência de problemas técnicos e com a utilização hábil de diversas ferramentas como áudio, vídeo, chat de texto, quadro branco partilhado, questionários ou partilha de ficheiros, tiveram de se introduzir novas regras para garantir a comunicação (Mardiani & Azhar, 2021), (Nurfauziah & Suryaman & Mobit, 2022), (Khalid, 2022).

As definições tradicionais de gestão da sala de aulas, geralmente, giram em torno das noções de interação e comportamento entre alunos e professores. Por exemplo, os cientistas definem-no como “o processo pelo qual os professores encorajam e mantêm o comportamento apropriado dos alunos em sala de aula”. (Emmer & Sabornie, 2015; Everston & Weinstein, 2006). O objetivo é “melhorar o comportamento pró-social dos alunos e aumentar o envolvimento académico em todas as áreas e níveis de ensino”. Normalmente vista como a maior necessidade de desenvolvimento profissional, a gestão da sala de aulas transferida para diferentes cenários pode tornar-se bastante desafiadora. A falta de domínio da tecnologia, os problemas técnicos, a falta de material adequado são entraves que têm de ser ultrapassados no Ensino à Distância. Neste estudo, deu-se prioridade ao incentivo e fez-se um grande esforço para manter um vínculo social com os alunos. Para tal, os professores do painel elaboraram planos de aula com vista a favorecer a interação entre pares e promover competências sociais principalmente através de atividades de trabalho de grupo e colaboração.

Embora o trabalho de grupo tenha sido ancorado como um elemento básico da educação desde, pelo menos, o início do século XX (Illris, 1978), a dinâmica de grupo num ambiente virtual requer outras qualidades tanto para alunos como para professores e pode servir outros propósitos do que quando implementada no espaço físico de uma sala de aulas tradicional. De acordo com Ellice A. Forman e Courtney B. Cazden (1985), podem definir-se três estilos principais de trabalho em conjunto. Desde interações paralelas durante as quais os alunos comentam sobre a tarefa, mas não oferecem troca de ideias, até interações associativas durante as quais os alunos partilham informações, mas nas quais nenhum papel foi oficialmente coordenado, até interações cooperativas durante as quais os alunos trocam ideias e estão ativamente envolvidos juntos num processo cocriativo. Desta forma, os professores podem planear e antecipar atividades e instruções de acordo com o nível de envolvimento necessário para as suas aulas. O desafio reside na dificuldade de organizar atividades e tarefas que permitam aos alunos encontrarem o seu lugar e a sua voz, ao mesmo tempo que dão instruções claras para reduzir os riscos de incompreensão, abandono ou autodistração. Como demonstram estudos anteriores, definir expetativas claras é fundamental para evitar mau comportamento e falta de envolvimento (Lowes, 2014), (Robert, 2016), (Khalid, 2022). Sem contar que as instruções também podem ser direcionadas sobre o que os professores esperam da colaboração. A questão que se coloca, portanto, é como organizar a gestão da sala de aulas de forma a evitar os desafios mencionados nestes estudos anteriores. Pareceu-nos importante investigar quais as estratégias que funcionariam e em que é que os professores deveriam focar a sua atenção para permitir espaço e lugar aos alunos num ambiente virtual. Para recolher os dados, enviaram-se questionários em dois períodos para permitir que os professores refletissem sobre a viabilidade e sustentabilidade das estratégias que utilizaram durante o ensino à distância.

  1. Metodologia da investigação

Utilizou-se um projeto de estudo de caso qualitativo neste estudo. Os dados foram obtidos através da realização de entrevistas semiestruturadas e de perguntas enviadas aos participantes por e-mail em dois períodos distintos. Os participantes, todos professores do ensino primário da mesma área geográfica em Hauts-de-France, receberam duas séries de perguntas enviadas com dois meses de diferença entre si para permitir que os professores refletissem sobre a relevância e a sustentabilidade das suas estratégias e para nós conduzirmos entrevistas. Os dados recolhidos foram analisados em busca de semelhanças e diferenças na experiência dos professores.

  1. Resultados da investigação

Com base nos questionários enviados por e-mail, o artigo discute e analisa as respostas dos participantes do painel.

P.1 Na sua opinião, qual foi o maior desafio que enfrentou no Ensino à Distância?

Através dos resultados mostrados na declaração do questionário n.º 1, dos 64 participantes, 46 afirmaram que a parte mais desafiadora do Ensino à Distância durante a pandemia foi manter contacto com os seus alunos. Dos 64 participantes, 51 afirmaram que, devido às condições sociais e económicas gerais das famílias residentes na área, os alunos não tinham necessariamente os materiais nem as condições necessárias para passar para salas de aulas virtuais. A ênfase principal foi inicialmente colocada no acompanhamento das famílias a esta mudança “radical”, explicando as novas modalidades e exigências do ensino à distância.

P.2 Que problemas enfrentaram os alunos durante este período e que impacto tiveram nas suas aulas?

A questão n.º 2 destaca a importância de definir um horário adaptado ao ritmo circadiano dos alunos durante este período de confinamento. Dos 64 participantes, 39 afirmaram que a maioria dos alunos era privada de sono e não conseguia cumprir o mesmo horário que tinha no espaço físico da escola. A duração das aulas também teve de ser reduzida para superar a falta de concentração e a necessidade de atividade física.

P.3 Uma vez nas salas de aulas virtual, qual era a sua prioridade e porquê?

Em resposta ao questionário n.º 3, 32 participantes apontaram os desafios que enfrentaram para dar a cada aluno o espaço para se envolver ativamente durante as aulas. Quando entrevistados, os participantes afirmaram que os alunos, muitas vezes, não conseguiam cumprir as regras e buscavam constantemente o contacto social em vez de prestar atenção ao que estava a ser ensinado.

P.4 Notou alguma diferença no comportamento dos seus alunos em relação ao ensino presencial?

A declaração n.º 4 do questionário mostra que a maioria dos participantes gastou uma quantidade não negligenciável de tempo a tranquilizar os alunos sobre a situação. Dizia-se que os alunos estavam ansiosos com a pandemia e precisavam, frequentemente, de apoio emocional. Quando entrevistados, os participantes acrescentaram que as famílias também precisavam de mais contacto com os professores e a direção da escola. Os pais estavam ansiosos para obter informações.

P.5 Que dificuldades encontrou ao realizar as atividades que planeou para a sua sala de aulas virtual?

Em resposta à pergunta n.º 5, a maioria dos participantes destacou a dificuldade dos alunos em concentrarem-se nas tarefas a executar. Quer seja pelas distrações causadas pelo ambiente doméstico ou por problemas tecnológicos, os alunos, muitas vezes, não respondiam às instruções dos professores. Assim, os participantes afirmaram que precisavam de algum tempo antes das aulas para garantir que tanto as instruções como as expetativas eram suficientemente claras e razoáveis para que cada aluno compreendesse.

P.6 Teve de adaptar a Gestão da sua Sala de Aulas durante as suas aulas online?                    

A esmagadora maioria dos participantes afirmou que a forma como implementavam a gestão da sala de aulas online era significativamente diferente do que normalmente acontece no espaço físico da sala de aulas. Afirmaram que, por necessidade, outros pontos de interesse, tais como dar mais tempo e espaço a cada aluno ou resolver questões técnicas, deveriam ser tidos em conta. Os participantes também salientaram o facto de que cada instrução e regra tinha de ser repetida várias vezes antes de as atividades puderem começar. A gestão do tempo foi, portanto, uma questão importante sobre como as aulas progrediram com sucesso.

P.7 Como garantiu que os alunos beneficiavam das aulas online?

Respondendo à pergunta n.º 7, 57 participantes afirmaram que os alunos beneficiaram de uma sucessão de atividades mais curtas que se baseavam principalmente na manutenção de competências sociais entre os mesmos. As atividades foram planeadas e concebidas de forma que exigissem dos alunos uma análise coletiva das tarefas a realizar. Eram enviadas instruções adicionais após as aulas para consolidar os conhecimentos, mas durante as aulas, os alunos eram instados a trocar pontos de vista e opiniões sobre as questões em causa. Desta forma, os alunos manipulavam conceitos e conhecimentos ao mesmo tempo que mantinham contacto social com os seus pares.

P.8 De que forma utilizou estratégias de trabalho de grupo durante as suas aulas?

Em resposta à pergunta n.º 8, a maioria dos participantes afirmou que a dinâmica de trabalho de grupo foi amplamente utilizada após as primeiras aulas em que os professores foram orientados mais individualmente. Os desafios enfrentados pelos participantes foram principalmente técnicos. O trabalho de grupo exigia a montagem de diferentes salas virtuais nas quais os alunos eram divididos de acordo com as tarefas a serem realizadas. Quando entrevistados, os professores do painel acrescentaram que a implementação do trabalho de grupo em contexto virtual requer mais antecipação e atenção do que no ensino presencial. Ainda assim, os participantes concordaram com o facto de que a dinâmica de trabalho de grupo permitiu que os alunos fossem mais ativos nas atividades planeadas. Os alunos também pareciam estar mais motivados e sentem-se mais confiantes para trocar ideias em grupos menores.

  1. Discussão

Os resultados fornecidos pelos questionários mostram que, tal como nos estudos anteriores mencionados neste artigo, as competências tecnológicas demonstradas pelos professores são cruciais para o ensino à distância.

  1. Conclusão

Os resultados da investigação mostraram que o Ensino à Distância exigiu que os professores adaptassem o seu ensino às especificidades da sala de aulas virtual. A Gestão da Sala de Aulas consistia em colocar maior ênfase no bem-estar dos alunos e na comunicação entre pares. Para isso, os professores planearam atividades que exigiam trabalho em pequenos grupos. Os alunos tiveram um melhor desempenho quando estas atividades eram curtas e quando os professores deixavam tempo para discussão e troca de ideias. Os professores também tinham de garantir que as questões técnicas não interferiam na aula. Para tal, os professores colaboraram com as famílias para criar as condições necessárias para que os alunos realizassem os seus trabalhos.

      Referências

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Hausstatter Rune Sarromas, Nordkelle Yngve Troye (2007). Perspectives on Group Work in Distance Learning. Turkish Online Journal of Distance Education – TOJDE Volume: 8 Número: 1 Article: 8.

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Lowes Susan (2014). How Much “Group” Is There in Online Group Work? Journal of Asynchronous Learning Networks, v18 n1 2014.

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Ridha Mardiani, Ridha Nurul Azhar (2021). Overcoming Challenges in Virtual Classroom to Maintain Effective Classroom Management and Classroom Culture: a Case Study at one vocational school. Journal Sampurasun : Interdisciplinary Studies for Cultural Heritage Vol 07, Number 02, December 2021.

Siti Aishah Taib, Siti Mariam Mohammad Iliyas, Maisarah Noorezam, Nadzrah Sa’adan, Noor Shahariah Saleh, Norhisyam Jenal (2021). Exploring Phases of Knowledge through Group Work and Online Engagement. International Journal of Academic Research in Business and Social Sciences Vol. 11, No. 11, 2021.

Stewart Daniel P (2008). Classroom Management in the Online Environment. MERLOT Journal of Online Learning and Teaching Vol. 4, N.º 3, Setembro 2008.

Telal Mirghani Hassan Khalid (2022). Classroom Management in Virtual Learning: A Perceptions Study with School Teachers in Qatar. World Journal of English Language Vol. 12, N.º 2; 2022. Special Issue.

“Explorar os fatores que afetam o envolvimento e a motivação dos alunos no ensino à distância: Uma revisão sistemática da literatura”

Irena HRISTOVSKAa* e Aleksandra CVETANOVSKAa
aOOU„Nevena Georgieva – Dunja“, Skopje, Macedónia do Norte
*iihristovska@gmail.com

Resumo: Esta revisão sistemática da literatura tem como objetivo explorar os fatores que afetam o envolvimento e a motivação do aluno no ensino à distância. Com a crescente prevalência do ensino à distância, é crucial compreender os fatores que influenciam o envolvimento e a motivação dos alunos neste contexto. A revisão inclui estudos de várias disciplinas, incluindo educação, psicologia e tecnologia. A revisão centra-se na identificação dos principais fatores que influenciam o envolvimento e a motivação do aluno, incluindo estratégias de ensino, utilização de tecnologia, apoio social e formação e apoio aos professores. A revisão destaca a importância de conceber estratégias instrucionais que incorporem diferentes tipos de tecnologia e apoiem as necessidades sociais e emocionais dos alunos. Além disso, a revisão enfatiza a necessidade de formação contínua e apoio para ajudar os instrutores a enfrentarem com eficácia os desafios do ensino à distância. Em geral, as conclusões desta revisão fornecem informações valiosas sobre os fatores que podem promover o envolvimento e a motivação do aluno no ensino à distância e podem servir de base ao desenvolvimento de práticas eficazes de ensino à distância.

Palavras-chave: educação a distância, motivação do aluno, uso de tecnologia, apoio social, formação de professores.

  1. Introdução

A pandemia de COVID-19 acelerou a adoção generalizada do ensino à distância, pois escolas e universidades em todo o mundo foram forçadas a mudar para a aprendizagem on-line para garantir a segurança de alunos e professores. Embora o ensino à distância tenha fornecido uma solução necessária para os desafios impostos pela pandemia, também suscitou uma série de preocupações relacionadas com o envolvimento e motivação dos alunos. Os alunos que estão a aprender remotamente podem enfrentar desafios para se manterem motivados e envolvidos nos seus cursos, principalmente se estiverem a enfrentar isolamento social, desafios tecnológicos ou outras barreiras à aprendizagem.

Compreender os fatores que influenciam o envolvimento e a motivação dos alunos no ensino à distância é crucial para desenvolver estratégias instrucionais eficazes e apoiar o sucesso académico dos alunos. Esta revisão sistemática da literatura visa explorar os fatores que afetam o envolvimento e a motivação dos alunos no ensino à distância, com base em pesquisas de várias disciplinas, incluindo educação, psicologia e tecnologia.

A revisão centra-se na identificação dos principais fatores que influenciam o envolvimento e a motivação do aluno, incluindo estratégias de ensino, utilização de tecnologia, apoio social e formação e apoio aos professores. Além disso, a revisão destaca a importância de elaborar estratégias de ensino que incorporem diferentes tipos de tecnologia e apoiem as necessidades sociais e emocionais dos alunos. As conclusões desta revisão podem servir de base ao desenvolvimento de práticas eficazes do ensino à distância e apoiar o sucesso académico dos alunos num ambiente de aprendizagem à distância.

“Envolvimento e motivação são componentes essenciais da aprendizagem eficaz e é importante compreender os fatores que os influenciam num ambiente de aprendizagem à distância.” – Kirschner, van Merriënboer, (2020). A necessidade de compreender os fatores que influenciam o envolvimento e a motivação no contexto de ambientes de ensino à distância é um ponto-chave destacado pelos autores. Estes salientam que, com o surgimento do ensino à distância, é essencial identificar e compreender estes fatores para desenvolver estratégias instrucionais eficazes que promovam o envolvimento e a motivação nas salas de aulas online.

Em contraste, Kim, J., & Frick Т. (2011, p. 3) destacam a importância da tecnologia no ensino à distância e o seu potencial para impactar positivamente o envolvimento e a motivação dos alunos. Sugerem que, quando a tecnologia é utilizada de forma eficaz, pode melhorar as experiências de aprendizagem, criando um sentido de ligação entre alunos e professores. Esta ligação pode ajudar os alunos a sentirem-se mais envolvidos nas disciplinas escolares, aulas, instrução e mais propensos a participar ativamente no ensino à distância. A utilização da tecnologia é um fator crítico na promoção do envolvimento e motivação dos alunos no ensino à distância. A utilização correta da tecnologia pode melhorar as experiências de aprendizagem e criar um sentido de ligação entre alunos e professores.” “A formação e o apoio eficazes aos professores são fatores-chave para promover o envolvimento e a motivação dos alunos no ensino à distância. Os professores precisam de estar equipados com os conhecimentos e as competências para enfrentar com eficácia os desafios do ensino à distância e fornecer aos alunos o apoio de que precisam para ter sucesso.” (– Means, et al. (2020, p. 5). A importância da formação e apoio aos professores para promover o envolvimento e a motivação dos alunos no ensino à distância. Os professores precisam de estar equipados com os conhecimentos e as competências para enfrentar com eficácia os desafios do ensino à distância e fornecer aos alunos o apoio de que precisam para ter sucesso. Isto pode incluir formação sobre como utilizar ferramentas de tecnologia de forma eficaz, assim como estratégias para envolver e motivar os alunos num ambiente remoto. Means et al. argumentam que a formação e o apoio aos professores são componentes cruciais do ensino à distância eficaz, pois podem ajudar a garantir que os alunos recebem o apoio de que precisam para ter sucesso na sua aprendizagem. “Incorporar a aprendizagem socioemocional no ensino à distância é um fator crítico para promover o envolvimento e a motivação do aluno. Os alunos que se sentem ligados e apoiados são mais propensos a permanecer envolvidos e motivados nos seus cursos.” (- Durlak, et al. (2020, p. 384).

“Estratégias instrucionais eficazes que incorporam diferentes tipos de tecnologia e servem as necessidades sociais e emocionais dos alunos são cruciais para promover o envolvimento e a motivação dos alunos no ensino à distância”. (- Azevedo, et al. (2020, p. 407). Ambas as citações salientam a importância de incorporar a aprendizagem social e emocional no ensino à distância para promover o envolvimento e a motivação do aluno. Os autores sugerem que simplesmente fornecer aos alunos acesso à tecnologia e cursos não é suficiente para os manter envolvidos e motivados num ambiente de ensino à distância. Em vez disso, os professores devem recorrer a estratégias de ensino eficazes que considerem as necessidades sociais e emocionais dos alunos e forneçam o apoio e os recursos necessários para ajudar os alunos a sentirem-se ligados, apoiados e envolvidos e experiências de aprendizagem motivadoras que apoiam as necessidades académicas e socioemocionais dos alunos.” – (Sitzmann, Kraiger, Stewart, & Wisher, 2006, p. 648). É óbvio que o sucesso do ensino à distância está intimamente relacionado com a capacidade dos professores de criarem abordagens de aprendizagem eficazes que satisfaçam as necessidades académicas e socioemocionais dos alunos. No entanto, os autores não fornecem estratégias ou recomendações específicas para os professores atingirem este objetivo. “A adoção de novas tecnologias no ensino à distância criou oportunidades e desafios para o envolvimento e motivação dos alunos. A utilização eficaz da tecnologia pode melhorar a aprendizagem e o envolvimento do aluno, mas a tecnologia também pode tornar-se uma distração ou uma barreira à aprendizagem se não for utilizada adequadamente.” – (Zhao, Lei, Yan, Lai, & Tan, 2005, p. 1865). Os autores destacam os potenciais benefícios e desafios da utilização da tecnologia no ensino à distância. Apontam que a tecnologia pode melhorar a aprendizagem o envolvimento dos alunos, mas também pode tornar-se uma distração ou barreira se não for utilizada de forma eficaz. A importância de utilizar a tecnologia de forma ponderada sugere que os professores devem considerar cuidadosamente como integram a tecnologia nas suas estratégias de ensino. “A formação e o apoio eficazes aos professores são essenciais para promover o envolvimento e a motivação dos alunos no ensino à distância. Os professores devem estar equipados com as competências e conhecimentos necessários para enfrentar os desafios do ensino à distância, incluindo a utilização eficaz da tecnologia e o design de experiências instrucionais envolventes e motivadoras.” – (Darling-Hammond & Falk, 2013, p. 569). A formação e apoio dos professores na promoção do envolvimento e motivação dos alunos no ensino à distância é extremamente importante. A formação e o apoio eficazes dos professores são essenciais para equipar os professores com as competências e os conhecimentos necessários para enfrentar os desafios únicos do ensino à distância, incluindo a utilização eficaz da tecnologia e o design de experiências de aprendizagem envolventes e motivadoras. “O desenvolvimento de práticas efetivas de ensino à distância requer uma abordagem interdisciplinar, com base em pesquisas de vários campos, incluindo educação, psicologia e tecnologia. Esta abordagem pode ajudar a identificar os fatores que promovem o envolvimento e a motivação do aluno e servir de base à conceção de estratégias instrucionais eficazes para o ensino à distância.” – (Hew & Cheung, 2014, p. 125). É fundamental uma abordagem interdisciplinar no desenvolvimento de práticas eficazes para o ensino à distância de acordo com a autoridade. Os autores referem que as práticas do ensino à distância devem basear-se em pesquisas de vários campos, incluindo educação, psicologia e tecnologia, para identificar fatores que promovam o envolvimento e a motivação dos alunos. Ao recorrer a uma abordagem interdisciplinar, as práticas do ensino à distância podem ser concebidas de forma mais eficaz e baseada em evidências.

  • Materiais e métodos
  • Metodologia de estudo

Objetivos detalhados:

– identificar e analisar os principais fatores que afetam o envolvimento e a motivação dos alunos no ensino à distância.

– explorar como as estratégias instrucionais afetam o envolvimento e a motivação dos alunos no ensino à distância.

– examinar o papel da tecnologia na promoção ou obstáculos ao envolvimento e à motivação dos alunos na ensino à distância.

– investigar a influência do apoio social no envolvimento e motivação dos alunos no ensino à distância.

– analisar o impacto da formação e apoio aos professores no envolvimento e motivação dos alunos no ensino à distância.

Estrutura Conceptual:

A estrutura conceptual para esta revisão da literatura baseia-se no modelo socioecológico de envolvimento e motivação do aluno no ensino à distância (de acordo com Kahu, 2013, p. 5). Este modelo reconhece a interligação de vários fatores que afetam o envolvimento e a motivação do aluno no ensino à distância, incluindo fatores individuais, interpessoais, institucionais e ambientais.

Problema de investigação:

O problema de investigação foi explorar os fatores que influenciam o envolvimento e a motivação dos alunos no ensino à distância. Especificamente, a revisão respondeu às seguintes questões de investigação:

Quais são os principais fatores que afetam o envolvimento e a motivação dos alunos no ensino à distância?

Como as estratégias instrucionais, a utilização da tecnologia, o apoio social e a formação e o apoio aos professores afetam o envolvimento e a motivação dos alunos no ensino à distância?

Quais são as melhores práticas para promover o envolvimento e a motivação dos alunos no ensino à distância com base na literatura atual?

2. Métodos de estudo

Utilizou-se o método de análise documental, com particular destaque para:

A / análise dos resultados da investigação sobre a avaliação das experiências educacionais da Macedónia do Norte

Para a investigação “Explorar os fatores que afetam o envolvimento e a motivação dos alunos no ensino à distância: Uma revisão sistemática da literatura”, vários tipos de documentos foram analisados, incluindo artigos de investigação revistos por pares, atas de conferências, dissertações e outras publicações académicas relacionadas com o ensino à distância e o envolvimento e motivação dos alunos. Relatórios e white papers de instituições ou organizações educacionais, assim como relatórios e políticas governamentais relacionados com o ensino à distância.

Relatórios de avaliação: Estes são relatórios que resumem os resultados e conclusões das avaliações realizadas em programas, políticas ou iniciativas educativas na Macedónia do Norte.

Políticas e orientações educativas: Estes documentos descrevem as metas, objetivos e estratégias para o desenvolvimento educativo na Macedónia do Norte e podem fornecer informações sobre a implementação e os resultados das experiências educativas.

Documentos curriculares: Estes incluem programas de estudos, livros didáticos e outros materiais utilizados nas escolas da Macedónia do Norte e podem fornecer informações sobre os conteúdos e a conceção das experiências educativas.

Artigos e trabalhos de investigação: Estas são publicações académicas que relatam estudos empíricos ou análises teóricas relacionadas com a educação na Macedónia do Norte e podem oferecer informações sobre a eficácia e o impacto das experiências educativas.

3. Resultados da investigação

O sucesso da implementação do ensino à distância está condicionado à disponibilidade das instituições educativas nacionais para prestar apoio às escolas (responsáveis, serviços profissionais, professores, alunos e pais) e aos demais intervenientes no processo educativo (por exemplo: entidades legais para a implementação de formação prática) /empregadores no caso do ensino profissional) para o planeamento, preparação, organização, implementação, e avaliação do ensino à distância. (Ministério da Educação e Ciência, 2020, p. 44). Cada componente é um todo sem o qual não é possível que o sistema funcione e, ao mesmo tempo, cumpra o seu objetivo mais importante, construindo a personalidade completa dos alunos. “Até agora, no nosso país, quase não houve experiências com ensino à distância no campo da escolaridade obrigatória. Nos últimos anos, um número relativamente grande de documentos estratégicos foi adotado para aumentar a qualidade das competências digitais entre alunos e professores. Previu-se um número significativo de medidas nas quais se “sente” o ensino à distância, mas não estão previstas em nenhum documento atividades específicas e medidas para a implementação de um sistema de ensino à distância no sistema formal de ensino, ou seja, não foram desenvolvidas normas para o ensino à distância e e-learning nem foi criada uma plataforma nacional para apoiar todo o sistema educativo para o ensino primário e secundário.” (Ministério da Educação e Ciência, 2020, p. 5).

“Na Estratégia Educativa 2018 – 2025, o ensino à distância é mencionado apenas nos desafios apontados no ensino superior onde se afirma que não existem oportunidades suficientes para o ensino à distância devido a um quadro legal incompleto e um fraco desenvolvimento de plataformas de ensino online.” (Ministério da Educação e Ciência, 2020, p.8).

“Apesar de todas as escolas primárias e secundárias estarem dotadas de computadores pessoais disponíveis para todos os alunos, a aplicação das TIC no processo educativo não é suficientemente eficaz. Mais especificamente, faltam normas para a utilização das TIC no processo educativo e nem todos os professores estão bem treinados. O software que está disponível não é adequado para as necessidades atuais e, para a realização de muitos conteúdos, as TIC não são necessárias, pelo contrário, os computadores atrapalham mais, ocupam o espaço e dificultam a comunicação entre professor e aluno. Ao mesmo tempo, as pré-escolas e escolas profissionais secundárias não estão suficientemente equipadas com computadores e outros meios de TIC. O país ainda carece de uma plataforma eletrónica única de ensino e aprendizagem, além de oferecer outros recursos que sirvam de suporte didático para professores e alunos, que permitam aos professores partilhar as suas experiências e transferir inovações pedagógicas e que contribuam para o desenvolvimento profissional independente de professores…” (Ministério da Educação e Ciência da República da Macedónia, 2018, p. 69)

Nos últimos dois anos, foram intensivamente elaboradas normas nacionais de aproveitamento dos alunos no fim do ensino primário, em que a área das Competências Digitais está alinhada com os documentos relevantes da Comissão Europeia. Partindo das Normas Nacionais como ponto de partida e parte da Estratégia Nacional para a Educação, desenvolveram-se novos Currículos e programas para o ensino primário. As normas no âmbito da área das Competências Digitais servirão não só para desenvolver Currículos diretamente relacionados com a área da informática, mas também serão incorporadas nos currículos de todas as outras disciplinas nas quais seja necessário desenvolver conhecimentos, competências e atitudes desta área e utilização de tecnologia da informação e equipamentos na obtenção de melhores resultados para os alunos. (Ministério da Educação e Ciência, 2020, p. 14).

(Ministério da Educação e Ciência 2020, p. 14).


As plataformas que digitalizam o processo educativo e facilitam o ensino à distância que, por sua vez, ajustam o ambiente de aprendizagem para criar um ambiente estimulante para a aprendizagem no nosso país são: ESARU e diário eletrónico (e-diário). [https://bit.ly/3oxtpXh].

O Eduino é um portal educativo de propriedade do Gabinete de Desenvolvimento Educativo que oferece conteúdos digitais para apoiar o processo educativo no país.

O e-classroom/e-entertainment é um sistema de criação e divulgação de desenvolvimentos de conteúdos educativos na forma de aulas de vídeo.

O e-schedule é um sistema que permite criar uma agenda digital de aulas, partilhar horários com os alunos e realizar palestras através de uma ferramenta integrada para teleconferências.

O e-tests é um sistema de verificação de conhecimento e feedback aos alunos. A base de dados de perguntas sobre temas dos currículos pode ser utilizada em combinação, mas também como complemento.

O EDMODO é uma plataforma educativa gratuita criada para ligar e colaborar com alunos, professores e pais.

O EPISTUM é uma plataforma de gestão da aprendizagem (Learning Management System – LMS) que é utilizada pelo Ministério da Sociedade da Informação e Administração para as necessidades de formação administrativa e pelo Gabinete de Desenvolvimento Educativo para as necessidades de formação de professores.

O portal de manuais eletrónicos (https://www.e-ucebnici.mon.gov.mk/) é uma biblioteca digital de armazenamento, pesquisa e revisão de manuais eletrónicos destinada, sobretudo, a alunos do ensino primário e secundário, mas também para os seus professores e pais. A ideia da criação do portal é permitir que os alunos façam o download dos manuais gratuitamente para os ajudar a dominar os conteúdos de ensino de forma inovadora e interessante, e aos professores na preparação e apresentação do material didático com a ajuda das tecnologias da informação.

O Eduino é uma plataforma que oferece 1.740 aulas em vídeo para o ensino pré-escolar, primário e secundário, abrangendo diversas disciplinas e faixas etárias em cinco línguas de ensino. O Skoool.mk fornece 512 conteúdos eletrónicos, incluindo simulações, aulas e notas, para ciências naturais e matemática, localizados de acordo com os programas nacionais de educação. Infraestrutura refere-se ao hardware, acesso à internet e dispositivos pessoais necessários para a plataforma. Os conteúdos digitais devem seguir normas internacionais e métodos de ensino inovadores. A formação de professores e administradores escolares é essencial para a implementação bem-sucedida de qualquer sistema de informação. A Plataforma Nacional (NPDO) foi criada durante a pandemia, disponibilizando funcionalidades para a gestão curricular e de unidades de ensino, gestão da aprendizagem, gestão documental e acompanhamento do desenvolvimento profissional. Conteúdos eletrónicos e formação eletrónica para professores estão incluídos nestas funcionalidades.

Como parte das orientações do estado e das instituições competentes, existe também a necessidade de mudança na própria preparação do ensino. No ensino à distância, durante a preparação, o professor concentra-se, antes de tudo, na preparação dos conteúdos. Todo o sistema de ensino à distância depende muito da qualidade dos conteúdos que os professores preparam e enviam aos alunos. Os conteúdos de ensino devem ser concebidos de acordo com o modelo de aprendizagem programada ou semiprogramada para o qual os professores não estão suficientemente preparados (Ministério da Educação e Ciência 2020, p. 21)

“O apoio profissional aos professores deve ser especialmente dirigido à formação para: utilização das plataformas, criação de e-conteúdos, utilização de e-conteúdos no ensino na escola, implementação do ensino à distância, acompanhamento e avaliação dos alunos durante o ensino à distância.” (Ministério da Educação e Ciência, 2020, p. 23).

O Gabinete de Desenvolvimento, como parte das orientações para o corpo docente para a implementação adequada do ensino, oferece seis abordagens pedagógicas que também são recomendadas pela investigação da OCDE sobre educação e inovação intitulada “Professores como designers do ambiente de aprendizagem” [https: //www.oecd.org/education/teachers-as-designers-of-learning-environments-9789264085374-en.htm].

“Uma das recomendações, as orientações a que o corpo docente deve estar atento na implementação do ensino à distância, que terá um impacto excecional na motivação dos alunos, é:

Além disso, o professor deve incentivar os alunos a elaborarem os seus próprios planos de trabalho, possivelmente em conjunto com os pais, pois o ensino à distância aumenta o envolvimento dos pais/responsáveis na aprendizagem dos seus filhos, e os alunos podem escolher os seus próprios “caminhos de aprendizagem”. ”, abordagens e ambientes de acordo com o seu estado atual. O planeamento do ensino à distância será bem-sucedido se todos o utilizarem para apoiar a aprendizagem (professores, alunos e pais).” (Ministério da Educação e Ciência, 2020, p. 31)

“Ao escolher o horário segundo o qual se vai realizar o ensino à distância, deve ter-se em conta, antes de mais, a manutenção da qualidade do ensino e a possibilidade de os alunos se sentirem motivados e envolvidos ativamente no mesmo.” (Ministério da Educação e Ciência, 2020, p. 32).

“As escolas podem recomendar tempo para diferentes atividades, tais como: leitura, atividades criativas/criação, investigação, etc., e também, dependendo da idade dos alunos, disponibilizar um determinado tempo (de 30 minutos para os alunos das escolas primárias, 60 minutos para alunos do ensino de disciplinas, até 90 minutos para alunos das escolas secundárias) para fazerem trabalhos de casa, assim como tempo para repetição, preenchimento de diários de reflexão, etc. Recomenda-se que uma aula à distância não ultrapasse 30 minutos , e que os alunos devem ter um intervalo de, pelo menos, 5 a 10 minutos entre cada aula” (Ministério da Educação e Ciência, 2020, p. 33).

“Para a forma de trabalhar durante as atividades síncronas, é necessário que o professor informe os alunos e chegue a um acordo com eles relativamente às “regras” (como fazer uma pergunta, como falar, quanto tempo para apresentar, etc.). Além disso, devem existir regras para as atividades assíncronas – onde são definidas as tarefas concluídas, onde e como são feitas as perguntas, onde e como são respondidas as perguntas feitas pelo professor e/ou pelos colegas, quando e como é recebido o feedback.” (Ministério da Educação e Ciência, 2020, p. 34)

“Todos os materiais para uma determinada aula (fichas, trabalhos de casa, apresentações/plano de determinado conteúdo de ensino, links para aulas em vídeo gravadas) são colocados pelo professor na plataforma até ao fim do dia em que o conteúdo específico é implementado. Se o professor preparou o material, se for o caso, pode carregá-lo alguns dias antes da implementação.” (Ministério da Educação e Ciência, 2020). “Cada professor deve desenvolver uma estratégia e determinar formas de apoiar os alunos portadores de deficiência. Isto requer uma excelente coordenação entre professores, assistentes e associados profissionais. Dependendo das necessidades do aluno, deve-se definir qual o ritmo de trabalho mais adequado, qual a ênfase a dar às aulas síncronas e assíncronas, a forma como as tarefas podem ser modificadas e que tipo de tecnologia assistiva é necessária (fonte especial, leitor, clique especial, joystick, etc.).” (Ministério da Educação e Ciência, 2020, p. 35)

“No âmbito das intervenções na Macedónia do Norte destinadas a criar um ambiente estimulante para o bom desenvolvimento dos alunos, foi promulgada a Lei de Alterações e Suplementos à Lei do Ensino Primário (Diário Oficial da RSM, n.º 229 de 23/09/2020) em resposta à pandemia de Covid-19 em circunstâncias extraordinárias. A lei exige que as escolas organizem atividades extracurriculares para os alunos relacionadas com o seu desenvolvimento pessoal, socioemocional e psicológico. A lei é oficializada no referido jornal e entra em vigor após a sua publicação.” Deu-se particular ênfase a secções de apoio ao desenvolvimento pessoal e social dos alunos (ex. intercultura/multicultura, respeito pela diversidade, criança/direitos humanos, competências de comunicação, resolução de conflitos, debate). Isto é oferecido como parte das atividades extracurriculares. A Plataforma Nacional de Ensino à Distância. “De acordo com a mesmo, as atividades podem ser utilizadas durante a implementação das secções/clubes à distância: a atividade Quiz, assim como as ferramentas MS Forms e Mentimeter; a atividade feedback pode ser utilizada para criar pequenos inquéritos para recolher informações de participantes; a atividade select, assim como as ferramentas MS Forms e Mentimeter, podem ser utilizadas para recolher rapidamente respostas a uma pergunta; a atividade fórum permite uma comunicação assíncrona através da qual os participantes das atividades e os professores responsáveis podem trocar opiniões, ideias e experiências sobre temas relevantes para os clubes/secções implantados. Também se oferecem recursos que podem ser utilizados na implementação de clubes/secções à distância, como OneDrive, divisão em grupos, Class Notebook (parte do OneNote), quadro online (Whiteboard), chat ao vivo.

Da proposta de planificação das atividades no âmbito das secções/clubes à distância, aponta-se ao corpo docente: a elaboração de um plano de trabalho detalhado no qual se preste especial atenção às atividades que devem ser desenvolvidas num ambiente positivo, com tratamento igual e justo dos participantes de todos os grupos étnicos/linguísticos e para encorajar a cooperação por oposição à competição. (Centro Macedónio para a Educação Cívica e Agência para o Desenvolvimento da Educação, s.d.)

Desafios durante a implementação de secções/clubes à distância e soluções propostas, como área especial desta instrução, dá-se especialmente orientação sobre como manter a motivação dos alunos, dizendo: “Para manter o foco e a motivação dos alunos em condições em que o ensino é organizado à distância, é especialmente importante que as atividades sejam concebidas de forma a torná-las interessantes, interativas, inspiradoras, motivadoras e úteis para os alunos. Os alunos devem estar sempre envolvidos na seleção e desenho das atividades (o que é de extrema importância para manter a atenção dos alunos), através de inquéritos, questionários, discussões, etc. É bom estruturar as atividades sob a forma de projeto de longo prazo, com várias etapas claramente definidas cujos efeitos se fazem sentir de forma relativamente rápida com vista a manter a motivação dos alunos a longo prazo.” (Centro Macedónio para a Educação Cívica e Agência para o Desenvolvimento da Educação, s.d.)

Além disso, as próprias instruções oferecem exemplos, ideias de realização que representam uma ajuda adicional ao corpo docente na realização das atividades e criação de um ambiente estimulante para os alunos, que motiva, incentiva e gera satisfação. As atividades sugeridas para o desenvolvimento de competências pessoais e sociais podem ser realizadas através das seguintes atividades de longo prazo: Clube de debate, Jornal escolar eletrónico, Exposição online, Desenvolvimento de estilos de vida saudáveis, Brincadeiras na escola. Assim como atividades adicionais que podem ser utilizadas durante reuniões online em clubes escolares e secções à distância: “5-4-3-2-1”, “O que eu quero, o que não quero?”, Congelados!, Associação, “Prefiro … ou …”, “Encontre rapidamente” e outros. (Centro Macedónio para a Educação Cívica e Agência para o Desenvolvimento da Educação, s.d.). É possível chegar às seguintes conclusões dos materiais processados, que fazem parte do Ministério da Educação da Macedónia do Norte, do Departamento de Desenvolvimento e de outros materiais como produto de investigação, que antes da pandemia quase não havia experiências com ensino à distância no campo da escolaridade obrigatória no país. Apesar de existirem computadores pessoais disponíveis para todos os alunos, a aplicação das TIC no processo educativo ainda não é suficientemente eficiente. O país ainda carece de uma plataforma eletrónica eficar para ensino e aprendizagem, assim como a disponibilização de outros recursos que serviriam de suporte didático para professores e alunos. Desenvolveram-se novos currículos e programas do ensino primário pós-pandemia, incorporando as competências digitais em todas as outras disciplinas nas quais é necessário desenvolver conhecimentos, competências e atitudes nesta área e utilizar tecnologias e equipamentos de informação para obter melhores resultados para os alunos. No país, porém, existem várias plataformas que digitalizam o processo educativo e facilitam o ensino à distância, como é o caso da ESARU, agenda eletrónica (e-diary), Eduino, E-classroom/e-entertainment, E-schedule, E-tests, EDMODO e EPISTUM. O Departamento de Desenvolvimento oferece seis abordagens pedagógicas: aprendizagem mista, aprendizagem baseada em jogos, pensamento computacional, aprendizagem experiencial, aprendizagem incorporada e multiliteracias e ensino baseado em discussão, e recomenda-se aos professores que incentivem os alunos a escolherem os seus próprios “caminhos de aprendizagem” no ensino à distância. As escolas devem disponibilizar tempo recomendado para diferentes atividades e uma hora de ensino à distância não deve ser superior a 30 minutos. Os professores devem informar e acordar “regras” com os alunos para atividades síncronas e assíncronas. Todos os materiais para uma aula específica devem ser carregados pelo professor na plataforma até ao fim do dia em que o conteúdo específico é implementado. Além disso, os professores devem desenvolver uma estratégia e determinar formas de apoiar os alunos portadores de deficiência. Em relação ao apoio aos alunos durante a pandemia, nenhum documento prevê atividades e medidas específicas para a implementação do sistema de ensino à distância no sistema formal de ensino. Ao mesmo tempo, faltam normas para a utilização das TIC no processo educativo e nem todos os professores estão bem treinados. As pré-escolas e as escolas profissionais secundárias não estão suficientemente equipadas com computadores e outros meios de TIC. A Lei de Alterações à Lei do Ensino Básico permite que as escolas organizem atividades extracurriculares para os alunos relacionadas com o seu desenvolvimento pessoal, socioemocional e psicológico. A Plataforma Nacional de Ensino à Distância disponibiliza atividades e recursos que podem ser utilizados na implementação de clubes/secções à distância, como atividade de questionário, atividade de feedback, atividade selecionada, atividade de fórum, OneDrive, agrupamento, notebook para aulas, quadro online e chat ao vivo. Contra tudo isto, em termos de formação e apoio aos professores, conclui-se que tem sido adotado um número relativamente elevado de documentos estratégicos para aumentar a qualidade das competências digitais tanto para alunos como para professores. Não há oportunidades suficientes para o ensino à distância devido ao fraco desenvolvimento das plataformas de ensino online. O software disponível não é adequado para satisfazer as necessidades atuais e nem todos os professores recebem boa formação. Foi criada uma plataforma nacional de apoio a todo o sistema educativo do ensino primário e secundário. O EPISTUM é uma plataforma de gestão da aprendizagem (Learning Management System – LMS) utilizada pelo Ministério da Sociedade da Informação e Administração para necessidades de formação administrativa e pelo Gabinete de Desenvolvimento Educativo para necessidades de formação de professores. O Gabinete de Desenvolvimento oferece seis abordagens pedagógicas que também são recomendadas pelo estudo da OCDE sobre Educação e Inovação intitulado “Teachers as Designers of Learning Environments” (Os Professores como Designers de Ambientes de Aprendizagem). Os professores devem ser treinados na implementação eficaz do ensino à distância, incluindo a coordenação com professores, assistentes e profissionais associados para apoiar os alunos portadores de deficiência.

4. Discussão dos resultados da investigação

A análise da literatura realizada permite identificar áreas que abrem novos campos de investigação em termos das relações entre as políticas educativas que são construídas pelos estados e relativamente às quais os especialistas devem prestar atenção especial ao equilíbrio entre o processo rápido de digitalização de cada segmento, a vida quotidiana dos alunos, por um lado, criando um ambiente no qual os alunos terão elevada qualidade e envolvimento produtivo e motivação no ensino à distância. As áreas analisadas nesta investigação não são as únicas que têm uma influência única e indiscutível no envolvimento e motivação dos alunos. Para criar, criar uma política educativa alargada, de qualidade e produtiva para o ensino à distância, muitos outros atores devem ser tidos em conta.

Investigações recentes lançaram luz sobre os vários fatores que influenciam o envolvimento e a motivação dos alunos no ensino à distância, além de apenas estratégias instrucionais e utilização de tecnologia. O estudo de Kim et al (2021) concluiu que a interação social e a construção da comunidade foram fundamentais para promover o envolvimento e a motivação. Em contraste, Chirumamilla et al (2021) descobriram que a qualidade dos materiais e recursos de aprendizagem era essencial para o envolvimento e a motivação. Além disso, Chen et al (2020) destacaram a importância da presença e apoio do instrutor para a motivação e envolvimento online dos alunos. Por fim, o estudo de Kovanović et al (2021) demonstraram que a motivação do aluno e as estratégias de aprendizagem autorreguladas desempenharam um papel crucial na promoção do envolvimento e motivação em cursos online.

Juntos, estes estudos sugerem que educadores e designers instrucionais devem ter em conta uma ampla gama de fatores para promover o envolvimento e a motivação no ensino à distância. É essencial incentivar a interação social e a construção da comunidade, fornecer materiais e recursos de aprendizagem de alta qualidade, disponibilizar apoio ao instrutor e promover a motivação dos alunos e a aprendizagem autorregulada. Ao prestar atenção a estes fatores, os educadores podem ajudar a criar um ambiente de aprendizagem on-line positiva e envolvente para os alunos.

5. Conclusão

Os resultados desta investigação mostraram que o envolvimento e a motivação dos alunos no processo de ensino à distância são fatores de extrema importância e de grande impacto na qualidade do processo educativo. Para aumentar a sua eficácia, os formuladores de políticas educativas também devem centrar-se em áreas como a eficácia do design instrucional e dos métodos de entrega utilizados no ensino à distância. Considerando as tecnologias e plataformas utilizadas, a qualidade dos materiais didáticos online e as estratégias pedagógicas utilizadas para promover o envolvimento e a motivação dos alunos. Ao mesmo tempo, tudo perderia a importância se o apoio dos alunos fosse negligenciado, e isso em relação aos recursos de que necessitam, os quais não estão disponíveis para os capacitar no processo educativo. No entanto, não se deve esquecer a qualidade do apoio técnico e o nível de apoio social e emocional que deve ser prestado aos alunos. As alterações nos sistemas educativos no processo de desenvolvimento tecnológico e digitalização, que se atualiza à velocidade da luz, assim como a natureza de curta duração da informação devido ao fluxo contínuo de notícias, exigem igualmente intervenções do corpo docente. O desenvolvimento profissional e o apoio que devem ser dados aos professores na Macedónia para o ensino à distância são inevitáveis. Tal inclui examinar os tipos de programas de formação e recursos disponíveis, a eficácia da formação e o nível de apoio dado aos professores.

Referências

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Questões sociopsicológicas e pedagógicas selecionadas do ensino à distância.

Katarzyna POTYRAŁAa* e Nataliia DEMESHKANTb
aUniversidade Andrzej Frycz Modrzewski Krakow, Polónia, potyrała2@wp.pl
b Universidade Pedagógica de Cracóvia, Polónia

Resumo: O ensino à distância que se tornou o padrão dos nossos tempos requer uma abordagem interdisciplinar. O artigo apresenta questões sociopsicológicas e pedagógicas selecionadas relacionadas com o ensino e aprendizagem com a utilização de TIC com base numa revisão da literatura sobre o assunto. A análise abrangeu os resultados da investigação ao nível das competências digitais e atividades pedagógicas, principalmente em situações de crise (Emergency Remote Teaching (ERT) (Ensino à Distância de Emergência). Estas situações mostraram que a resiliência de professores e alunos pode ser melhorada por sistemas de apoio e cooperação não apenas no ensino on-line urgente. Um aspeto importante das análises realizadas é a transformação da escola numa organização que aprende e os desafios sociais que acompanham esta mudança.

Palavras-chave: ensino à distância, resiliência, apoio mental, cooperação

1. Introdução

A necessidade urgente de utilizar ferramentas digitais no ensino tem causado muitos problemas, tanto organizacionais quanto psicológicos, pois a realidade real ainda não está totalmente preparada para mudanças radicais tanto na metodologia escolar como nos métodos de aquisição de conhecimentos pelos alunos. O desenvolvimento de ferramentas educativas digitais requer o esforço de representantes de muitas disciplinas científicas, incluindo educadores, sociólogos, cientistas culturais e psicólogos. Estes últimos, além de justificações teóricas, realizam uma série de estudos empíricos sobre as possibilidades psicológicas de adaptação de adolescentes a novas condições de aprendizagem. Os fatores sociopsicológicos que caracterizam o bem-estar subjetivo dos alunos nesta situação incluem os mais citados: competências de aprendizagem (incluindo a aprendizagem à distância), satisfação com os resultados obtidos com esta modalidade de ensino, relacionamento com colegas e professores e a eficácia da interação remota com os professores.
A transição forçada para a aprendizagem à distância durante a pandemia determinou o desenvolvimento de novos modelos de atuação profissional dos professores. Os resultados da investigação após a «primeira vaga» mostraram que o ambiente docente académico não estava preparado para a aprendizagem à distância não só por falta de competências e aptidões necessárias para trabalhar na Internet, mas também psicologicamente. Em particular, a falta de preparação psicológica dos professores para passarem das formas tradicionais de interação para as remotas, o colapso dos conhecidos modelos «ao vivo» de comunicação com alunos e colegas acabou por ser uma grande dificuldade (Ilina, 2021). Também foram identificados os principais grupos de riscos enfrentados pelos professores devido à transição forçada para o trabalho remoto. Por um lado, os professores na era do trabalho remoto desenvolveram novas aptidões e competências, dominaram tecnologias online inovadoras, conseguiram superar inúmeras lutas psicológicas, etc. mudar a sua atividade profissional, mas tudo isto também levou ao surgimento de papéis sociais e padrões de comportamento profissional completamente novos.
Quanto aos alunos, a pesquisa de Brooks et al. (2020) indicam que quando os alunos estão online, ficam menos envolvidos mentalmente, têm atitudes diferentes para dormir e descansar, e dietas menos favoráveis, contribuindo para, entre outros, ganho e perda de peso ou distúrbios cardiorrespiratórios. Além disso, o trabalho remoto afeta a sua motivação, interesse e empenhamento na aprendizagem (Carvalho et al., 2020). Vários estudos sugerem que o entusiasmo é um fator-chave para influenciar o ritmo e a qualidade da aprendizagem (Odeh et al. 2020). Lin, Zhang e Zheng (2017) acreditam que a motivação do aluno é um dos fatores mais importantes que influenciam o progresso académico ou a sua capacidade de aprender. Da mesma forma, as perceções dos alunos sobre a aprendizagem podem ser construtivas ou destrutivas, e isto acaba por afetar a sua vontade de aprender. No entanto, também existem exemplos de que a gestão ativa do conhecimento e a motivação dos alunos e a combinação de fatores cognitivos e metacognitivos são essenciais para a aprendizagem on-line ativa (Odeh et al.
2020).
As mudanças civilizacionais e sociais observadas nos últimos anos levaram os autores a procurar e implementar novas soluções didáticas na Polónia, tendo em conta os problemas psicológicos, pedagógicos e sociais descritos (Tomczyk et al. 2020). As reflexões centram-se nas competências digitais e na experiência na utilização de tecnologias modernas de informação e comunicação na educação na Polónia. Com base nas análises realizadas, identificaram-se dois grupos de utilizadores da plataforma educativa online. Um terço dos utilizadores tiveram experiências variadas de e-learning, o que corresponde às suas competências digitais. Os dois terços restantes dos entrevistados precisam de mais formação nas áreas avaliadas. Estudos posteriores demonstraram que os inquiridos estão abertos ao desenvolvimento das suas próprias competências pedagógicas e apreciam o papel da aprendizagem ao longo da vida. Os professores esperam apoio substantivo e metodológico, bem como a promoção da ideia de aprendizagem ao longo da vida (incluindo o desenvolvimento de competências digitais) na sociedade (Tomczyk et al. 2022).
O processo de transformação da escola também foi explorado. O principal objetivo do estudo foi apresentar uma análise substantiva do ambiente educativo polaco com base na opinião de diretores de escolas primárias e secundárias em relação às ameaças e perspetivas trazidas pelo bloqueio global do processo educativo real/estacionário devido à Covid-19. O enquadramento conceptual baseou-se numa perspetiva teórica (processos cognitivos e afetivos no ensino multimédia, teoria da motivação e definição de objetivos) e no modelo da escola como organização de aprendizagem e nos pressupostos do Ensino à Distância de Emergência. Realizaram entrevistas classificadas com diretores escolares com recurso a um questionário de entrevista classificada e os entrevistados consideraram várias categorias de problemas na prática educativa relacionados com o funcionamento remoto das escolas. A investigação realizada permitiu identificar várias áreas do impacto do Ensino à Distância de Emergência na transformação da escola como uma organização de aprendizagem, como o funcionamento da escola em cooperação mútua em rede interna e externa, disseminação e expansão de áreas de comunicação com recurso às tecnologias da informação, fortalecendo a interação em rede através das tecnologias de informação e outras áreas (Potyrała, Demeshkant, Czerwiec et al. 2021).
Conhecimento e competências também se encaixam no construto da resistência. A resiliência é um construto relacionado com o bem-estar, autocriação e, acima de tudo, com uma resposta adequada a uma situação ameaçadora ou para evitar ameaças. A resiliência permite desenvolver hábitos que permitem superar o destino, ou seja, situações difíceis. Foram objeto de uma investigação realizada por Burkot, Sepioł e Demeshkant em 2021.

2. Materiais e métodos

2.1 Metodologia de estudo

O principal objetivo da investigação realizada foi analisar documentos e dados de origem sobre os problemas sociopsicológicos e pedagógicos do ensino à distância na Polónia.
Os objetivos detalhados focaram-se na exploração do fenómeno do ensino à distância do ponto de vista institucional (a escola como uma organização de aprendizagem) e individual (professores, diretores de escolas, alunos, pais de alunos). Os objetivos teóricos incluem a realização de uma análise de estudos de avaliação que possam identificar indicadores que determinam a funcionalidade de plataformas e ferramentas online utilizadas por professores online, e entre os objetivos cognitivos, a análise do ambiente educativo remoto polaco em contextos sociopsicológicos e pedagógicos baseados na opinião de diretores escolares do ensino primário e secundário e pais de alunos contemplados pelo ensino à distância. Neste último caso, deu-se atenção ao nível de conhecimentos e competências dos pais de alunos do ensino primário no domínio da segurança na Internet no contexto das competências digitais. Analisaram-se pesquisas que incluíram a mensuração de conhecimentos e competências na prevenção de ameaças eletrónicas, que são definidas como situações-problema e ameaças eletrónicas. Estas situações estão relacionadas com a saúde mental e física, aspetos sociais e questões técnicas relacionadas com a utilização das TIC.
O quadro conceptual baseou-se numa perspetiva teórica (processos cognitivos e afetivos no ensino multimédia, teoria da motivação e definição de objetivos) e no modelo da escola como organização de aprendizagem e nos pressupostos do Ensino à Distância de Emergência.
Formulou-se o seguinte problema de investigação:
De que forma o Ensino à Distância de Emergência influenciou a transformação da escola como organização de aprendizagem e quais são as consequências sociopsicológicas e pedagógicas dessa mudança?

2.2 Métodos de estudo

Utilizou-se o método de análise documental, com particular destaque para:
A / análise dos resultados da pesquisa sobre a avaliação de experiências educativas polacas relacionadas com a utilização de plataformas online e problemas relacionados, incluindo entrevistas classificadas com diretores escolares e professores nas quais os entrevistados consideraram várias categorias de problemas na prática educativa relacionados com o funcionamento das escolas durante e após a pandemia.
Foram notadas as seguintes categorias cognitivas utilizadas nas entrevistas:
1 / cooperação em rede entre professores e direção escolar;
2 / relações online e offline,
3 / competências dos professores no domínio do ensino à distância e atividades educativas em situações de crise,
4 / apoio pedagógico e psicológico para professores e alunos durante o ensino à distância,
5 / estabelecimento de metas pelo diretor como solução para stress e sensação de ameaça,
6 / autonomia da escola e o papel do diretor nas decisões específicas do ambiente escolar,
7 / a autoridade do professor;
B / análise de resultados de investigação no campo da educação intencional, que inclui reconhecer e reagir a processos negativos decorrentes da utilização dos novos media, o que pode ser um ponto de partida para o desenho de ações educativas integrais que ajudem a prevenir situações sociais perigosas;
C/ análise dos resultados da investigação sobre o construto da resistência na qual se analisou a investigação realizada no final de 2020 a um grupo de inquiridos da Alemanha e da Polónia, diretores e gestores de escolas primárias e secundárias. Cada participante respondeu a 12 perguntas abertas sobre como prevenir e lidar com os perigos de trabalhar remotamente durante uma pandemia.

3. Resultados da investigação

A avaliação das Experiências educativas polacas relacionadas com a utilização de plataformas online concentrou-se em três áreas:
1 / qualidade do curso,
2 / e-learning e
3 / autoavaliação das competências digitais.
A análise dos dados tendo em conta a variável (aluno, professor ativo) mostrou que os professores conseguiram avaliar com mais precisão se os conteúdos do curso foram úteis para o seu trabalho. Também preferiram formas concisas de entrega de informações e focaram principalmente aspetos práticos. No entanto, a investigação demonstrou o seu pouco conhecimento da metodologia de criação de formações de e-learning (Tomczyk et al., 2020).
A análise detalhada dos resultados também demonstrou que os professores obtiveram boas pontuações no teste em termos de conhecimentos sobre sexting e proteção de imagem, mas não obtiveram bons resultados em direitos de autor e credibilidade da informação online; os professores sabem mais sobre os aspetos técnicos da segurança digital do que as professoras; os formandos necessitam de apoio especial na forma de educação informal e não formal (Potyrała & Tomczyk, 2021).
A análise temática das entrevistas com diretores escolares segundo as categorias estabelecidas possibilitou organizar as relações mútuas e entre eles, o que levou à separação das categorias básicas de acordo com os objetivos da investigação. Os diretores salientaram que a relação direta professor-aluno é muito importante. A falta de contacto off-line aumenta a preocupação dos professores sobre os efeitos da implementação do material didático e da verificação dos resultados dos alunos. Um professor que conduz uma aula online numa grande sala de aulas não consegue ver todos os alunos, mesmo com as câmaras ligadas, não reconhece os seus estados emocionais e não consegue fazer perguntas sobre as reações e emoções dos alunos em vez da observação direta. Uma questão muito importante que surgiu em todas as entrevistas foi a competência dos professores na área do ensino à distância em situações de crise. A situação de pandemia e a passagem de comunidades escolares inteiras para o ensino puramente à distância foi uma situação inesperada. Professores com diferentes níveis de competência na utilização das tecnologias de informação e comunicação no ensino encontram-se na nova situação profissional. Os inquiridos relatam como foi difícil para eles esta mudança profissional. Por vezes, até os professores mais talentosos tinham problemas com o ensino à distância. No entanto, com apoio psicológico e pedagógico, a situação estabilizou-se rapidamente (Potyrała, Demeshkant, Czerwiec, Jancarz-Łanczkowska & Tomczyk, 2021).
Os diretores escolares-inquiridos sublinharam que devem o seu sucesso às atividades em equipa. As aulas em grupo, segundo os diretores escolares, permitiram a organização eficiente do ensino à distância, mas também deram um grande apoio psicológico aos professores, principalmente aos menos aptos a lidar com as tecnologias de comunicação. O Quadro 1 apresentam exemplos de declarações dos inquiridos.

Quadro 1. Exemplos de declarações de diretores escolares entrevistados de acordo com Potyrała et al., 2021
O papel do trabalho de equipa “O mais importante é que agimos como grupo, apoiámo-nos uns aos outros. Conversámos muito. Todos conseguem encontrar apoio na sala dos professores”.
“Um dos professores, que é melhor na aplicação, treinou os outros nessas aulas experimentais, então esta ajuda mútua foi o mais importante”.
“Procuramos passar boas práticas uns aos outros. Também é importante para mim que a escola seja uma comunidade como esta”.
O papel da cooperação com outros diretores escolares “Fiquei feliz por aceitar a decisão de tal rede que foi criada entre os diretores”.
O papel das reuniões com representantes do governo “Seria perfeito se houvesse uma plataforma onde se pudesse encontrar representantes do governo, seja municipal ou estadual e, de alguma forma, apresentar as suas propostas, porque estas ideias sensatas nascem durante o brainstorming”.
O papel da nova situação profissional “Alguns professores são ótimos em sala de aula, mas não necessariamente bons no ensino à distância”.
O papel do desenvolvimento profissional “Os professores tiveram de aprender muito, apoiarem-se uns aos outros e o stress, neste caso, foi muito benéfico’.
O papel da motivação dos alunos “Os professores vão tirar conclusões e vão querer aprender, vão querer utilizar as tecnologias da informação para melhorar os seus métodos de ensino em condições normais, não só durante a pandemia”.
O papel do reforço mental “A próxima coisa importante é como motivar os alunos a estudarem de forma independente. É comum evitar chamadas, desligar câmaras, evitar participar em aulas”.
O papel do apoio institucional “O facto de dar aulas em modo normal é um reforço mental para as crianças’” ”Temos tempo para crianças de famílias disfuncionais e aqui podem encontrar um porto seguro e apoio ao contrário de instituições que são bastante remotas no ensino”

A investigação identificou as principais áreas de influência do Ensino à Distância na transformação da escola como uma organização que aprende. São eles: organização, comunicação, processo e integração.
A educação intencional envolve reconhecer e responder aos processos negativos resultantes das utilizações comuns das TIC no processo educativo. Para implementar tais atividades educativas direcionadas, são necessários, pelo menos, conhecimentos básicos sobre as ameaças típicas e emergentes relacionadas com o desenvolvimento da sociedade da informação, o que foi objeto de investigação nos estudos sobre conhecimentos e competências dos pais sobre os riscos do mundo digital (Tomczyk & Potyrała, 2021).
Uma análise detalhada dos resultados da investigação revelou que a autoavaliação dos pais em relação ao seu conhecimento sobre ameaças eletrónicas estava diretamente relacionada com os resultados do teste da sua competência Os pais que declararam ter um nível de conhecimentos baixo ou muito alto obtiveram resultados semelhantes no teste de competência. Encontraram-se correlações semelhantes entre a autoavaliação de literacia digital (LD) na área de ameaças eletrónicas e a capacidade de utilizar dispositivos móveis e computadores (Tomczyk & Potyrała, 2021, p. 9). Com base nos resultados obtidos, percebeu-se que os pais apresentavam diferentes níveis de Literacia Digital e os pais com meno pontuação no teste de competência, muitas vezes, superestimaram o seu nível de LD (Ibidem, p. 12).
No contexto educativo, a resiliência digital analisada é a capacidade de criar novos recursos comportamentais, métodos de aprendizagem e resolução de problemas relacionados com o surgimento de situações que provocam ansiedade, são desfavoráveis e traumáticas. A resiliência também pode ser compreendida como resistência a quaisquer mensagens discriminatórias com base no género, raça, origem, educação, local de residência, rendimento e muitos outros fatores estratificadores (Richard & Gray, 2018).
A resiliência no mundo digital não se refere, portanto, diretamente às competências digitais estritamente compreendidas como competências, mas também à discriminação e à avaliação de mensagens. Como tal, nesta área, é visível a ligação do mundo dos valores com o mundo da tecnologia. Esta imunidade a ameaças eletrónicas pode ser adquirida espontaneamente ou com a ajuda de profissionais. No âmbito do desenvolvimento voluntário da resiliência no mundo digital, ter em conta o potencial das competências sociais que são fundamentais para a resolução construtiva de situações problemáticas (Burkot et al., 2021).
A investigação sobre liderança educativa e resiliência psicológica de alunos em escolas na Polónia e na Alemanha demonstrou que a pandemia teve claramente um impacto na saúde mental dos alunos de ambos os países.
O estudo identificou as principais áreas de funcionamento da escola que foram diretamente afetadas pela pandemia de Covid 19: organização, comunicação, processos e interações. Cada uma delas requer atenção e apoio especiais. A gestão de crises e mudanças faz agora parte das competências essenciais do diretor escolar. Numerosos estudos têm demonstrado problemas psicológicos significativos de crianças mais velhas e adolescentes como resultado do isolamento social. Desenvolveu-se ansiedade, ansiedade, sintomas somáticos, perturbações do sono, depressão, sentimentos de raiva e irritabilidade, luto e perda, bem como stress pós-traumático (Esposito et al., 2021). Os resultados obtidos por Burkot, Sepioł & Demeshkant (2021) foram quase idênticos. Os resultados também demonstraram que a maioria das escolas tomou iniciativas para apoiar os alunos em isolamento, organizando reuniões especiais para eles.

4. Discussão dos resultados da investigação

A análise da literatura realizada permite identificar áreas que abrem novos campos de investigação no domínio das relações entre as competências digitais de professores e alunos e a organização do processo de ensino, tendo em conta diversos fatores e necessidades sociais, nomeadamente: a autoridade dos professores e diretores escolares que realizam tarefas organizacionais e preventivas por preocupação com o bem-estar dos alunos, a importância da cooperação e apoio do ambiente interno e externo da escola, incluindo os pais dos alunos, e a construção de um sistema de utilização responsável das ferramentas das TIC, prestando especial atenção à resiliência dos novos utilizadores dos media. A resiliência digital é a resposta a muitas questões relacionadas com a minimização da exposição a ameaças no mundo digital.
As informações recolhidas podem contribuir para um panorama de investigação sobre a segurança digital dos pais e as suas competências no contexto da segurança digital dos seus filhos. Davis (2012) desenvolveu investigação que demonstrou a relação entre as informações procuradas pelas crianças, as preocupações dos pais sobre os possíveis riscos vivenciados pelos seus filhos e as possibilidades de recursos digitais de segurança.
Os resultados apresentados devem informar os educadores sobre o papel dos pais na formação da consciência e das atitudes das crianças (Tomczyk & Potyrała, 2021, p.13). A complexa interação de fatores familiares e ambientais, dos quais nem todos podem promover um comportamento online seguro, influencia o estilo de vida e os tipos de atividades online preferidas pelas crianças. As variáveis sociodemográficas selecionadas também fornecem a base para desenhar atividades de reforço de LD para os grupos selecionados de pais (Wang & Xing, 2018). Concordamos com a opinião de Tomczyk & Potyrała (2021) de que os dados obtidos não refletem totalmente a situação devido a algumas limitações metodológicas (a dimensão da ferramenta e a seleção de indicadores) e ao desenvolvimento dinâmico da sociedade da informação (com novas ameaças eletrónicas sempre a surgir).
A análise da literatura realizada confirmou que as crianças e os adolescentes são mais susceptíveis aos efeitos psicológicos da pandemia de COVID-19, tendem a apresentar mais efeitos psicológicos negativos, pelo que necessitam de apoio psicológico de três sistemas cooperantes: social, escolar e familiar (Zhou, 2020) . A comunicação e a cooperação constantes entre professores, assim como entre professores e alunos, pais e autarquias foram a vantagem decisiva do ensino à distância e ajudaram a ultrapassar o stress causado pela limitação geral dos contactos sociais em contexto escolar. Este resultado difere de investigações anteriores sobre ensino online, que indicavam falta de comunicação e colaboração, assim como uma redução geral do contacto social num contexto académico (Karalis & Raikou, 2020).
Todos os envolvidos nesta súbita transformação da escola numa organização de aprendizagem devem perceber que crises e desastres também perturbam a vida de alunos e professores. O Ensino à Distância de Emergência deve ocorrer no pressuposto de que é improvável que a transição para o ensino online seja uma prioridade para todos os envolvidos (Hodges et al., 2020), portanto, as medidas preventivas e de diagnóstico também são difíceis. A análise realizada da literatura demonstrou que muitos diretores escolares na Polónia esperam um maior desenvolvimento do ensino à distância e apoio para o desenvolvimento escolar e estratégias de aprendizagem de TIC, juntamente com apoio psicológico na construção da resiliência de professores e alunos. Resultados semelhantes foram obtidos em 2020, entre outros, por Al Ghazo et al.

5. Conclusão

Os resultados da investigação demonstraram que comunicação, motivação e apoio foram os fatores mais importantes para o funcionamento eficiente e transformação da escola para o ensino à distância eficaz em situações de emergência. Estes fatores incluem: ultrapassar as barreiras, resistências, obstáculos, assim como o ambiente em que ocorre o processo de comunicação. O contexto cultural e o funcionamento da escola numa rede mútua de cooperação interna e externa são também importantes. Além disso, adotar uma abordagem focada nas interações interpessoais, aumentar a flexibilidade das interações – passar de interações reais para interações online em diferentes áreas, expandir a rede de interação através das TI e acelerar o fluxo de informações entre a gestão escolar são fundamentais para fortalecer a resiliência no mundo do ensino digital ou híbrido.

Referências

Al Ghazo, R., Daqqa, I., AbdelSalam, H., Pilloti, M. A., & Al Mulhem, H. (2020). Mental Simulation Effects on Performance: Benefits of Outcome Versus Process Simulations in Online Courses. International Journal of Cognitive Research in Science, Engineering and Education, 8(Special issue), 37–47.
Burkot P., Sepioł A., Demeshkant N. (2021). Educational Leadership and Children’s Resilience: German and Polish Schools during COVID-19, In Rodrigo, M. M. T. et al. (Eds.) (2021). Proceedings of the 29th International Conference on Computers in Education. Asia-Pacific Society for Computers in Education, Vol. I, Publisher: Asia-Pacific Society for Computers in Education (APSCE), P. 620-625.
Carvalho, L., Pianowski, G., &Gonçalves, A. (2020). Personality differences and COVID-19: are extroversion and conscientiousness personality traits associated with engagement with containment measures?. Trends in Psychiatry and Psychotherapy, (AHEAD).
Davis, V. (2012). Interconnected but underprotected? Parents’ methods and motivations for information seeking on digital safety issues. Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking, 15(12):669–674.
Esposito, S., Giannitto, N., Squarcia, A., Neglia, C., Argentiero, A., Minichetti, P., Cotugno, N., & Principi, N. (2021). Development of Psychological Problems Among Adolescents During School Closures Because of the COVID-19 Lockdown Phase in Italy: A CrossSectional Survey. Frontiers in pediatrics, 8, 628072.
Hodges, C. B., Moore, S., Lockee, B. B., Trust, T., & Bond, M. A. (2020). The difference between emergency remote teaching and online learning. Educause Review Homepage, https://er.educause.edu/articles/2020/3/the-difference-between-emergency-remote-teaching-and-online-learning
Ilina, I. Y., Buley, N. V., Demchenko, T. S., Povorina, E. V., & Shadskaja, I. G. (2021). Transformation of university teachers’ working and employment conditions in the period of distance learning: socio-psychological aspects and risk assessment. Revista Tempos e Espaços em Educação, 14(33), 12.
Karalis, T., & Raikou, N. (2020). Teaching at the Times of COVID-19: Inferences and Implications for Higher Education Pedagogy. International Journal of Academic Research in Business and Social Sciences, 10(5), 479–493.
Lin, C., Zhang, Y., & Zheng, B. (2017). The roles of learning strategies and motivation in online language learning: A structural equation modeling analysis. Computers & Education, 113, 75-85
Odeh, B., Al-Sa’Egh, N., Qarabesh, M., & Odeh, B. (2020). Corona pandemic and new educational interventions for Saudi learners: a socio-psychological study at Qassim university. Asian ESP Journal, 16(52), 86-101.
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Tomczyk, Ł., Mróz, A., Potyrała, K., & Wnęk-Gozdek, J. (2022) Digital inclusion from the perspective of teachers of older adults – expectations, experiences, challenges and supporting measures. Gerontology & Geriatrics Education, 43(1), 132-147.
Tomczyk, Ł., Potyrała, Włoch, A., Wnęk-Gozdek, J., & Demeshkant, N. (2020). Evaluation of the functionality of a new e-learning platform vs. previous experiences in e-learning and the self-assessment of own digital literacy. Sustainability, 12(23), 10219.
Wang, X. & Xing, W. (2018). Exploring the influence of parental involvement and socioeconomic status on teen digital citizenship: A path modeling approach. Educational Technology & Society, 21(1),186–199.
Zhou, X. (2020). Managing psychological distress in children and adolescents following the COVID-19 epidemic: A cooperative approach. Psychological trauma: theory, research, practice and policy, 12(S1), 76-78.

À medida que nos aproximamos do final do nosso projeto, continuamos o nosso trabalho com grande entusiasmo e orgulho

Escola Primária Turquia Aegean, tivemos a oportunidade de promover o nosso projeto num concurso de projetos frequentado por 300 escolas e frequentado por aproximadamente 800 ouvintes.


Além disso, fizemos uma apresentação do projeto e partilha de informação e experiência nas conferências que as escolas selecionadas podem participar nos eventos Erasmus Days.


Concluímos nossos planos de aula e vídeos e os enviamos para o site. Além disso, cada parceiro fez traduções no seu próprio idioma.


Iremos à Albânia no próximo mês para realizar a reunião final. Embora estejamos tristes com o fim do nosso projeto, sentimo-nos sortudos e felizes, pois as experiências que adquirimos, as formações que recebemos e as amizades que estabelecemos irão lançar luz sobre os nossos próximos projetos.

Ensino, Aprendizagem e Tecnologia

A tecnologia pode substituir os humanos? Talvez você tenha feito essa pergunta com frequência. A tecnologia facilitou muitas de nossas tarefas diárias. Novos dispositivos, ferramentas, recursos e plataformas estão sendo desenvolvidos todos os dias em diferentes áreas. E como qualquer área da vida, definitivamente influenciou a educação e também o processo educativo.
A influência da tecnologia e sua importância na educação foi especialmente observada e compreendida durante a pandemia de COVID-19, quando as aulas no ambiente físico passaram para aulas online, quando professores e alunos passaram a ser vozes e rostos exibidos em um dispositivo, e os quadros mudaram para compartilhar a tela. Alguns professores enfrentaram uma situação completamente nova que tiveram de adotar. Outros professores, os “sortudos” já possuíam algumas competências de e-leaching e conseguiram dar continuidade ao processo com facilidade. Os estudantes enfrentaram uma situação semelhante que agora tiveram que adotar. Alguns deles foram equipados com todas as competências tecnológicas necessárias, outros conseguiram adquirir as competências ao longo do caminho ou obtiveram ajuda de amigos, familiares e professores.

Mas e os professores e alunos que vivem em áreas rurais remotas e carecem de dispositivos, ferramentas e equipamentos tecnológicos; não tendo acesso à internet? E as crianças da escola primária que eram demasiado jovens para gerirem sozinhas todo o processo? E os pais tendo que ajudar mais de um filho e ainda conseguir trabalhar em casa? A tecnologia poderia substituir o professor? Provavelmente não. No entanto, ajudou.

Sendo a tecnologia considerada um factor muito importante para a comunicação mundial, sendo amplamente utilizada por todos no trabalho e outras tarefas e actividades quotidianas e também como principal facilitadora do processo educativo, os parceiros do D.R.E.A.M (Educação a Distância e Remota) Alcançar Mais) decidiu dar o seu contributo no processo de ensino e aprendizagem. Se você é professor, aluno, pai ou qualquer pessoa que deseja saber mais sobre educação, quer saber como usar a tecnologia no ensino ou na aprendizagem, melhorar suas habilidades ou aprimorar seus conhecimentos sobre diferentes assuntos, confira: https://dreamdream.eu/ e https://www.youtube.com/@dreamdreamproject.

Ensino on-line e remoto – da pandemia ao bem-estar

A pandemia da COVID-19 causou perturbações sem precedentes no sector da educação a nível mundial. As escolas e universidades foram obrigadas a transitar para o ensino online para cumprir as normas de distanciamento social, pelo que a utilização de recursos digitais tornou-se uma necessidade para garantir a aprendizagem contínua.


A pandemia impôs uma ampla utilização de recursos de ensino online. Os professores foram obrigados a adotar ferramentas digitais, incluindo software de videoconferência, sistemas de gestão de aprendizagem (LMS) e ferramentas de avaliação digital. O ensino online apresentou vários desafios, incluindo a falta de envolvimento dos alunos, falhas técnicas e a incapacidade de proporcionar aos alunos experiências de aprendizagem práticas. Além disso, os estudantes de famílias de baixos rendimentos e de zonas rurais foram desproporcionalmente afectados pela falta de acesso à tecnologia e à Internet.


A pandemia acelerou a adoção de recursos digitais na educação. Mesmo com a reabertura de escolas e universidades, muitos professores continuam a utilizar recursos digitais no seu ensino. O uso de LMS tornou-se mais prevalente, permitindo que os professores criem e compartilhem recursos, avaliem a aprendizagem dos alunos e se comuniquem com os pais. Além disso, a pandemia estimulou o desenvolvimento de novos recursos digitais, como laboratórios virtuais, simulações e comunidades de aprendizagem online.


A utilização de recursos digitais transformou o sector da educação e é provável que o seu impacto se faça sentir mesmo após a pandemia. Os recursos digitais têm o potencial de proporcionar aos alunos experiências de aprendizagem personalizadas, acesso a uma gama mais ampla de recursos e oportunidades de colaboração com pares em todo o mundo. No entanto, existem preocupações sobre a divisão digital e o impacto da tecnologia nas interações sociais e na saúde mental. Os professores e os decisores políticos precisam de trabalhar em conjunto para garantir que os recursos digitais sejam acessíveis, equitativos e eficazes na melhoria dos resultados da aprendizagem. Em conclusão, a pandemia proporcionou uma oportunidade para o sector da educação repensar a sua abordagem ao ensino e à aprendizagem e abraçar o potencial de recursos digitais.


Mas, por outro lado, a utilização descontrolada e não controlada, autoiniciada e independente de ferramentas digitais também pode ter efeitos nocivos na saúde mental dos estudantes. Com o uso crescente de recursos digitais na educação, os alunos passam mais tempo diante das telas, o que pode levar a uma série de problemas de saúde mental, incluindo ansiedade, depressão e distúrbios do sono.
O uso das redes sociais, em particular, tem sido associado a resultados negativos em termos de saúde mental. Estudos demonstraram que o uso das redes sociais pode levar à comparação social, o que pode resultar em sentimentos de inadequação e baixa autoestima. Além disso, as redes sociais podem ser uma fonte de cyberbullying, que pode levar à ansiedade e à depressão.


Além disso, a exposição constante à informação e à estimulação pode levar à sobrecarga cognitiva, dificultando a concentração e o processamento eficaz da informação pelos alunos. Isso pode resultar em sentimentos de sobrecarga e esgotamento, o que pode evocar ainda mais problemas de saúde mental.
Os professores e os decisores políticos devem reconhecer os potenciais danos e a utilização indevida das ferramentas digitais. Eles devem trabalhar para promover o uso responsável da tecnologia, educar os alunos sobre hábitos saudáveis ​​de tempo de tela e fornecer recursos e apoio aos alunos que possam estar enfrentando problemas de saúde mental.


1.Promover o uso responsável da tecnologia: Professores e pais devem educar os alunos sobre hábitos saudáveis ​​de tempo de tela, como fazer pausas, estabelecer limites de tempo e evitar a tecnologia antes de dormir.


2.Incentivar o bem-estar digital: As escolas podem desenvolver políticas e programas que promovam o bem-estar digital, tais como exercícios de atenção plena, técnicas de gestão do stress e estratégias para lidar com a sobrecarga digital.


3.Fornecimento de recursos e apoio: As escolas devem fornecer recursos e apoio aos alunos que possam estar a debater-se com problemas de saúde mental relacionados com a tecnologia digital, tais como serviços de aconselhamento, recursos de saúde mental e acesso a materiais educativos.

4.Incorporar a educação para a cidadania digital: As escolas devem incorporar a educação para a cidadania digital no currículo, ensinando os alunos a utilizar as ferramentas digitais de forma responsável e ética.


5.Estabelecer políticas e directrizes claras: As escolas devem estabelecer políticas e directrizes claras sobre a utilização de ferramentas digitais, incluindo directrizes para a utilização adequada e estratégias para lidar com o cyberbullying e o assédio online.


Ao fazê-lo, as escolas podem garantir que os alunos possam colher os benefícios da tecnologia digital e melhorar o bem-estar de todos, alunos, professores e pais.

Um dos objetivos do projeto DREAM é ajudar os professores a enfrentarem alguns desafios colocados pela mudança nos contextos de ensino e aprendizagem ocorrida durante a pandemia de COVID 19 com as aulas presenciais a tornarem-se aulas online

Terminada a pandemia, não há como voltar atrás na utilização de ferramentas digitais em sala de aula.

Os alunos estão a crescer numa era tecnológica e os professores devem falar a sua “língua” através da utilização das novas TI para os envolver no processo de aprendizagem e estas ferramentas digitais podem ser uma ótima forma de motivar os alunos e promover a sua autonomia.

Mas, ao fim de algum tempo, os alunos cansam-se de usar os mesmos jogos ou plataformas, a variedade é, portanto, imperativa, e isto pode ser um imenso desafio para os professores que lutam para encontrar as ferramentas certas para os seus alunos.

Os professores têm de pesquisar online, têm de perceber como as ferramentas funcionam e têm de dominar a sua utilização, e têm ainda de preparar os conteúdos, o que consome muito tempo, principalmente devido à imensa variedade de recursos e a velocidade com que são criados.

Uma boa estratégia pode ser criar várias categorias para as ferramentas de acordo com o tipo de trabalho a ser desenvolvido, por exemplo: vídeos, apresentações, avaliação e como organizar a aprendizagem e sempre que o professor descobre uma nova ferramenta, pode adicioná-la à lista e, assim, acompanhar o que tem à sua disposição.

Se pensarmos na avaliação, que é sempre um tema delicado para alunos, pais e professores, existe uma série de ferramentas que podem ser utilizadas para fins de avaliação e que tornarão o processo mais divertido e menos penoso para os alunos.

Podem ser utilizadas em sala de aula ou em casa, com o professor ou com os pais ou autonomamente pelos alunos, em momentos formais de avaliação ou apenas para verificação de progresso da aprendizagem, ou ainda como avaliação disfarçada de concursos com a participação de toda a turma.

O Kahoot (https://kahoot.com) é, provavelmente, uma das ferramentas mais populares cuja simplicidade de utilização e caráter competitivo fazem com que seja muito atrativo para os alunos e pode ser utilizado para efeitos de revisão de conteúdos ou até para fins de avaliação formativa porque é fácil exportar resultados.

https://kahoot.com

O Quizlet (https://quizlet.com) é outra ferramenta popular que pode ser utilizada para verificar o progresso da aprendizagem através de cartões que podem ser apresentados de 5 formas diferentes.

https://quizlet.com

O Socrative (https://socrative.com) é uma aplicação que pode ser utilizada para criar testes e questionários para obter feedback em tempo real sobre a aprendizagem dos alunos.

Esta ferramenta pode ser utilizada pelos alunos de forma individual, permitindo-lhes responderem a testes e questionários ao seu próprio ritmo ao mesmo tempo que verificam as suas respostas, e também pode ser utilizada em sala de aula por grupos ou equipas de alunos que participam em competições usando os seus smartphones ou tablets.

https://socrative.com

O Mentimeter (https://mentimeter.com) é outro recurso digital que permite criar interações em tempo real, como questionários, nuvens de palavras ou perguntas.

Pode ser utilizado por toda a turma ao mesmo tempo e apresenta os resultados a todos os intervenientes.

https://mentimeter.com

O HotPotatoes (https://hotpot.uvic.ca/) inclui seis módulos diferentes com diferentes finalidades, nomeadamente o JCross (palavras cruzadas), JMix (ordenar palavras), JCloze (textos com preenchimento de espaços em branco), JQuiz (perguntas de múltipla escolha, seleção múltipla, verdadeiro/falso, questionários de resposta curta), JMatch ( associação de pares ou ordenação de frases) e The Masher (para fins de compilação, possibilidade de compilar diferentes ficheiros com exercícios, criação de uma página de índice com links para os diferentes ficheiros).

https://hotpot.uvic.ca/

Estes são apenas alguns exemplos dos muitos recursos que estão disponíveis hoje em dia e que podem ser muito úteis para tornar as aulas mais dinâmicas, envolver os alunos nas atividades e contribuir para contextos de ensino e aprendizagem equilibrados.

Os desafios de escolher a ferramenta digital certa para fins educacionais

Um dos objetivos do projeto DREAM é ajudar os professores a enfrentarem alguns desafios colocados pela mudança nos contextos de ensino e aprendizagem ocorrida durante a pandemia de COVID 19 com as aulas presenciais a tornarem-se aulas online.

Terminada a pandemia, não há como voltar atrás na utilização de ferramentas digitais em sala de aula.

Os alunos estão a crescer numa era tecnológica e os professores devem falar a sua “língua” através da utilização das novas TI para os envolver no processo de aprendizagem e estas ferramentas digitais podem ser uma ótima forma de motivar os alunos e promover a sua autonomia.

Mas, ao fim de algum tempo, os alunos cansam-se de usar os mesmos jogos ou plataformas, a variedade é, portanto, imperativa, e isto pode ser um imenso desafio para os professores que lutam para encontrar as ferramentas certas para os seus alunos.

Os professores têm de pesquisar online, têm de perceber como as ferramentas funcionam e têm de dominar a sua utilização, e têm ainda de preparar os conteúdos, o que consome muito tempo, principalmente devido à imensa variedade de recursos e a velocidade com que são criados.

Uma boa estratégia pode ser criar várias categorias para as ferramentas de acordo com o tipo de trabalho a ser desenvolvido, por exemplo: vídeos, apresentações, avaliação e como organizar a aprendizagem e sempre que o professor descobre uma nova ferramenta, pode adicioná-la à lista e, assim, acompanhar o que tem à sua disposição.

Se pensarmos na avaliação, que é sempre um tema delicado para alunos, pais e professores, existe uma série de ferramentas que podem ser utilizadas para fins de avaliação e que tornarão o processo mais divertido e menos penoso para os alunos.

Podem ser utilizadas em sala de aula ou em casa, com o professor ou com os pais ou autonomamente pelos alunos, em momentos formais de avaliação ou apenas para verificação de progresso da aprendizagem, ou ainda como avaliação disfarçada de concursos com a participação de toda a turma.

Tal como mencionado, o grande número de ferramentas digitais para fins educativos disponíveis hoje em dia pode ser um problema para os professores devido ao muito tempo despendido no processo de identificar os recursos, aprender como funcionam e preparar o conteúdo a ser utilizado e por este motive o nosso projeto desenvolveu um conjunto de tutoriais em vídeo dedicados ao Animaker, Book Creator, Canva, Ed Puzzle, Genially e Kahoot que pretende ajudar os professores a superarem os obstáculos iniciais.

Estes são apenas alguns exemplos dos muitos recursos que estão disponíveis hoje em dia e que podem ser muito úteis para tornar as aulas mais dinâmicas, envolver os alunos nas atividades e contribuir para contextos de ensino e aprendizagem equilibrados.

A pandemia encontrou-nos a todos despreparados, sem planos, escolhas, soluções

A educação foi afetada negativamente por este facto. No entanto, todos nós tentámos fazer o nosso melhor para enfrentar a situação de forma eficaz. Os professores esforçaram-se para organizar as suas aulas e dar continuidade ao processo de ensino online em diferentes modalidades. As instituições de ensino e os governos tentaram garantir que o processo continuasse e não fosse totalmente interrompido. Os pais ajudaram os seus filhos em casa com o processo de aprendizagem e os seus trabalhos de casa. 

Atualmente, em situações semelhantes ou de emergência, todos deveremos ter um plano para responder às perguntas:

  • O que devem as instituições de ensino fazer?
  • O que devem os organismos públicos fazer?
  • O que devem os professores fazer?
  • Quais são algumas das ferramentas tecnológicas a serem utilizadas?
  • Quais as estratégias e diretrizes que podem ser eficazes?
  • Como podemos ajudar os alunos?
  • Como podemos ajudar as crianças que aprendem em casa?

O projeto Distance & Remote Education to Achieve More (DREAM) ajuda-o a responder a estas perguntas. 

No âmbito do projeto, cria-se uma plataforma off/online onde poderá encontrar 120 planos de aula e aulas em vídeo elaboradas por 72 professores de todos os países parceiros formados em competências e ferramentas digitais, disponíveis em: Inglês, francês, italiano, albanês, turco, macedónio, polaco e português. Estes materiais podem ser utilizados pelos professores para organizarem as suas próprias aulas online em situações semelhantes, como a pandemia. Os vídeos e planos de aula cobrem todas as disciplinas e podem ser utilizados pelos professores para encontrarem ideias relevantes e inspiração para criarem os seus próprios vídeos e explicarem novos conceitos aos alunos do primeiro ciclo do ensino básico. Também podem ser utilizados pelos pais em casa. Estando disponíveis tutoriais em vídeo na plataforma sobre diferentes ferramentas digitais como: ANIMAKER, BOOK CREATOR, CANVA, EDPUZZLE, GENIALLY e KAHOOT também estarão disponíveis na plataforma.

O projeto DREAM teve em conta não só os três atores-chave da educação, o triângulo professor-aluno-pais, mas também os organismos públicos e as autarquias locais. Na plataforma, encontrará artigos com recomendações sobre como os municípios podem ajudar na melhoria do processo de aprendizagem, especialmente para alunos que vivem em áreas remotas e rurais e na criação de espaços dedicados para que todos os alunos possam beneficiar. 

Também receberá informações sobre como aumentar o conhecimento e a consciencialização de professores, pais e autarquias locais sobre a importância dos aspetos sociológicos e psicológicos do ensino a distância e da redução do abandono escolar precoce. Pode seguir as publicações no nosso site www.dreamdream.eu para obter mais informações e orientações sobre como facilitar o processo de aprendizagem em todas as línguas acima referidas.

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